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terça-feira, 30 de março de 2010

notadamente nos Estados Unidos, Paraguai, Japão e em diversos países da Europa.
De fato, trata-se da variante da língua portuguesa mais estudada no mundo, para aprendizado como segunda língua. A exceção a isso é a União Europeia, devido ao fato de Portugal pertencer ao bloco. No Japão, nos Estados Unidos, e, sobretudo, na América Latina, ensina-se a variante brasileira para estudantes estrangeiros da língua portuguesa. Até mesmo a FIFA ( Associação das Federações Internacionais de Futebol) adotou a variante brasileira da língua portuguesa em seu sítio oficial [13].
Antes da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil havia mais de mil línguas no país,[carece de fontes?] faladas por índios de diversas etnias. No decorrer de sua história, o português brasileiro incorporou empréstimos de termos não só das línguas indígenas e africanas, mas também do francês, do castelhano, do italiano e do inglês.
Há várias diferenças entre o português europeu e o português brasileiro, especialmente no vocabulário, pronúncia e sintaxe, principalmente nas variedades vernáculas; nos textos formais as diferenças são bem menores. Vale ressaltar que dentro daquilo a que se convencionou chamar "português do Brasil" e "português europeu" há um grande número de variações regionais.
Outrossim, o estabelecimento do Acordo Ortográfico de 1990, já em vigor no Brasil desde 1 de Janeiro de 2009, visa a unificar a grafia das duas variantes da língua portuguesa, criando uma ortografia comum para língua portuguesa, dirimindo 98% das divergências ortográficas entre o Português Brasileiro e o Português Euroafricano e Asiático.
Grosso modo, as diferenças entre a língua escrita formal de Portugal e do Brasil, são comparáveis às diferenças encontradas entre as normas cultas do inglês americano e inglês britânico [12].
Índice
[esconder]
1 Línguas indígenas
2 O português no Brasil
3 Diferenças entre o português do Brasil e de Portugal
3.1 Sistema fonético-fonológico
3.1.1 Aspectos conservadores
3.1.2 Aspectos inovadores
3.2 Morfossintaxe
4 Sistema fonético
4.1 Alguns fenômenos de pronúncia
4.2 Dialetos do português brasileiro
5 Diferenças lexicais
5.1 Tupinismos
5.2 Amerindinismos
5.3 Africanismos
5.4 Neologismos
6 Ortografia
6.1 O trema
6.2 Acentuação Gráfica
7 Acento Fonético
7.1 Sílaba tônica
7.2 Sílaba subtônica
7.3 Sílabas átonas
7.4 Teoria Moderna do Acento
8 Aspectos gramaticais
8.1 Você e tu
8.2 Uso de reflexivos e da voz passiva sintética
8.3 Pronomes oblíquos
8.4 O gerúndio
9 Semântica
10 Ver também
10.1 Notas e referências citadas
11 Bibliografia
12 Ligações externas
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[editar] Línguas indígenas
Trecho da poesiaLíngua Portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…
Olavo Bilac
Antes da chegada dos portugueses, estima-se que cerca de 1.500 línguas diferentes eram faladas no território que veio a ser o Brasil. Essas são agrupadas em famílias, classificadas como pertencentes aos troncos Tupi, Macro-Jê e Aruaque. Há famílias, entretanto, que não puderam ser identificadas como relacionadas a nenhum destes troncos. São elas: Karib, Pano, Maku, Yanomami, Mura, Tukano, Katukina, Txapakura, Nambikwara e Guaikuru. Evidentemente, o fato de duas sociedades indígenas falarem línguas pertencentes a uma mesma família não faz com que seus membros consigam entender-se mutuamente.[2]
Apesar de o Brasil ter sido descoberto oficialmente em 1500 pelos portugueses, sua colonização só começou efetivamente em 1532 e de forma gradativa. Nestes trinta anos, o Brasil foi atacado pelos holandeses, ingleses e franceses que tinham ficado de fora do Tratado de Tordesilhas (acordo entre Portugal e Espanha, em 1494, que dividiu as terras recém descobertas). No ano de 1530, o rei de Portugal organiza a primeira expedição com objetivos de colonização. Foi comandada por Martim Afonso de Sousa e tinha como objetivos povoar o território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil. Com isso a língua portuguesa passa a ser usada factualmente no território hoje conhecido como Brasil. Ao mesmo tempo, outras nações européias vêm para o Brasil, como a França e a Holanda (que chegou a instalar uma colônia na região que é hoje o Estado de Pernambuco).
No início da colonização portuguesa no Brasil, a língua dos índios Tupinambá (tronco Tupi) era falada numa enorme extensão de território ao longo da costa atlântica. Hoje em dia especula-se, erroneamente, que no século XVI, ela passou a ser aprendida pelos portugueses, que de início eram uma minoria entre a população indígena. Aos poucos, o uso dessa língua, chamada de Brasílica, teria se intensificado e generalizado-se de tal forma que passou a ser falada por quase toda a população que integrava o sistema colonial brasileiro e, com o decorrer do tempo, teria-se modificado e, a partir da segunda metade do século XVII, passado a chamar-se de língua geral.
Realmente, a língua geral era, em alguns casos específicos, falada por certas populações. Era a língua do contato entre índios de diferentes tribos, entre índios e portugueses e seus descendentes. A língua geral era assim uma língua franca entre contatos indígenas. Essa foi a primeira influência que a língua portuguesa recebeu no Brasil e que deixou algumas marcas no vocabulário popular falado atualmente no país. A língua geral possuía duas variantes:
A Língua Geral Paulista: originária na língua dos índios Tupi de São Vicente e do alto rio Tietê, passa a ser falada pelos bandeirantes no século XVII. Dessa forma, ouve-se tal idioma em locais em que esses índios jamais estiveram, influenciando o modo de falar dos brasileiros.
O Nheengatu, (ie’engatú = "língua boa") é uma língua tupi-guarani falada no Brasil e países limítrofes. O Nheengatu é uma língua de comércio que foi desenvolvida ou como que compilada pelos jesuítas portugueses nos séculos XVII e XVIII, tendo como fundamentos o vocabulário e a pronúncia tupinambá e como referência a gramática da língua portuguesa, tendo sido o vocabulário enriquecido com palavras do português e do castelhano.
[editar] O português no Brasil


O Marquês de Pombal instituiu o português como a língua oficial do Brasil, proibindo o uso da língua geral.
Com a saída dos holandeses em 1654, o português passa a ser a única "Língua de Estado" do Brasil.
No fim do século XVII, os bandeirantes iniciam a exploração do interior do continente, e descobrem ouro e diamantes. Devido a isso, o número de imigrantes portugueses no Brasil e o número de falantes da Língua Portuguesa no Brasil passam a aumentar, superando os falantes da língua geral (derivada do tupinambá). Em 17 de agosto de 1758, o Marquês de Pombal instituiu o português como a língua oficial do Brasil, ficando proibido o uso da língua geral. Nesta altura, devido à evolução natural da língua, o Português falado no Brasil já tinha características próprias que o diferenciavam do falado em Portugal.
No século XVII, devido à intensificação do cultivo de cana-de-açúcar, existe um grande fluxo de escravos vindos da África, que se espalharam por todas as regiões ocupadas pelos portugueses e que trazem uma influência lexical africana para o português falado no Brasil. Para se ter uma idéia, no século XVI foram trazidos para o Brasil 100 mil negros. Este número salta para 600 mil no século XVII e 1 milhão e 300 mil no século XVIII. A influência lexical africana veio principalmente da língua iorubá, falado pelos negros vindos da Nigéria, e do quimbundo angolano.
Com a fuga da família real para o Brasil em 1808, como consequência das invasões francesas, ocorre uma relusitanização no falar da cidade do Rio de Janeiro, que passou a ser a capital do país. Acompanhando a família real, chegam ao Rio de Janeiro cerca de 15 mil portugueses. Essa relusitanização expande-se e influencia outras partes do Brasil.
Em 1822 o Brasil torna-se independente. Com isso o tráfico negreiro diminui e muitos imigrantes europeus, como alemães e italianos, chegam ao país. Em números absolutos os italianos formaram a maior corrente imigratória no país. Deste modo, as especificidades linguísticas dos imigrantes italianos interferiram nas transformações da língua portuguesa no Brasil. Assim, palavras foram agregadas de outros idiomas europeus.
Na segunda metade do século XIX ocorre uma tentativa, dos autores romantistas, de criar uma personalidade literal brasileira. Entretanto, o movimento que consagrou rapidamente a norma brasileira foi o Modernismo brasileiro. Esse foi um movimento de nacionalização que rompeu com o Parnasianismo e com a imitação do padrão tradicional do Português, privilegiando as peculiaridades do falar brasileiro. O Modernismo brasileiro nasceu no dia 11 de fevereiro de 1922, com a Semana de arte moderna de 1922. Representou uma verdadeira renovação da linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora e na ruptura com o passado. O evento marcou época ao apresentar novas idéias e conceitos artísticos.
Há várias idéias acerca de quando começaram a divergir o Português do Brasil e o de Portugal. O professor titular da USP Ataliba Teixeira de Castilho disse numa entrevista ao jornal da UNICAMP:[3]
"Há várias posições sobre isso. Uns dizem que a partir do Século XIX começou a ser construída uma gramática do português brasileiro, quer dizer, uma nova língua, distinta do português europeu. Mas se analisar o português medieval, como fez a minha mulher Célia Maria Moraes de Castilho em sua tese de doutorado, descobre-se que aquilo que se explicava como um abrasileiramento do português, na verdade, já se encontrava lá, sobretudo nos documentos do Século XV. Ou seja, esse português veio para o Brasil e foi preservado. Nós estamos fazendo mudanças gramaticais a partir dessa base. Já Portugal, a partir do Século XVIII, imprimiu um novo rumo à língua, por isso é que muito do que aqui sobreviveu, não existe mais lá. Eles é que estão diferentes, não nós."
É preciso, também, não esquecer que em Portugal existe uma grande variedade de dialetos para além do de Lisboa, alguns mais próximos dos brasileiros.
[editar] Diferenças entre o português do Brasil e de Portugal
[editar] Sistema fonético-fonológico
Alguns autores sugerem que o português do Brasil seguiu as características do português europeu do Centro-Sul [4] No entanto, dados históricos provam que a grande maioria dos imigrantes portugueses que se instalaram no Brasil durante não só o período colonial mas também no período pós-colonial eram oriundos das regiões do Norte do País, o que sugere que o português do Brasil poderá ter uma grande influência dos dialetos setentrionais de Portugal.[5]
Alguns aspectos conservadores e inovadores da fonética brasileira:
[editar] Aspectos conservadores
Na maior parte do Brasil, os -s e -z em final de palavra ou diante de consoante surda são realizados como [s] (como em "atrás" ou "uma vez") ou como [z] diante de consoante sonora ("desde"), em vez de [ʃ] e [ʒ] como em Portugal.
As vogais átonas permaneceram abertas, perpetuando "mais uma vez a pronúncia de Portugal antes das grandes mutações fonéticas do século XVIII" [6]
Por outro lado, certas inovações fonéticas ocorridas no português europeu no século XIX foram ignoradas no Brasil: manteve-se a pronúncia [ej] em ditongos como do "ei" em "primeiro", versus a pronúncia [ɐj]; a pronúncia do "e" tónico como [e], versus [ɐ], em palavras como "espelho" ou "vejo".[7]
[editar] Aspectos inovadores
Entre outros, assinalam-se os seguintes: Desaparição da oposição entre timbre aberto e fechado nas vogais tónicas a, e e o seguidas de consoante nasal (ex: "vênia" vs. "vénia", "Antônio" vs. "António"); O mesmo fenómeno ocorre nas vogais das sílabas pretónicas (ex: o primeiro "a" de cadeira, pronunciado /a/ no Brasil e /ɐ/ em Portugal); Vocalização do "l" velar, como em "animal", que em algumas regiões é pronunciado [ãnimaw].[8]
[editar] Morfossintaxe
A construção estar + gerúndio domina no Brasil, versus a construção estar + a + infinitivo que se tornou dominante no português padrão europeu (mas o uso do gerúndio permanece nas classes populares do Sul de Portugal[carece de fontes?] e das ilhas da Madeira e Açores) (ex: "estou escrevendo" vs. "estou a escrever");
No Brasil pode-se utilizar o pronome possessivo sem ser precedido de artigo, ao contrário do que acontece em Portugal (ex: "meu computador" vs. "o meu computador");
A colocação dos pronomes átonos é diferente no Brasil e em Portugal, na fala apenas. Na escrita, as regras são as mesmas. No entanto, prefere-se sempre o uso da próclise (pronome antes do verbo); ênclise (depois do verbo), apenas em formalidades; e mesóclise (no meio, como construir-te-ia), quase nunca usada.
exemplo: "Me diga uma coisa" (Brasil), vs. "Diga-me uma coisa" (Portugal), "Pode me dizer" (Brasil) vs. "Pode dizer-me"(Portugal) [9]
[editar] Sistema fonético
Os fonemas usados no português do Brasil são, muitas vezes, diferentes dos usados no português europeu, ou seja, uma mesma palavra tem notação fonética diferente no Brasil da dos outros países lusófonos. Existem vários dialetos dentro do português brasileiro e o europeu, entretanto, dentro de cada padrão, esses dialetos compartilham as mesmas peculiaridades básicas do ponto de vista fonético. O português brasileiro utiliza 34 fonemas, sendo treze vogais, dezenove consoantes e duas semivogais.

[editar] Alguns fenômenos de pronúncia
O português brasileiro também apresenta alguns fenômenos fonológicos que não ocorreram, tal qual ocorreu no Brasil, na variedade européia. Tais fenômenos ora são apresentados pelos tupinólogos como provas da influência tupi, ora pelos africanistas como influência das línguas dos escravos. Alguns autores, porém, contestam a tese de que houve uma influência, preferindo interpretar tais mudanças fonéticas como "desenvolvimento ou a realização de tendências latentes, embrionárias ou incipientes na língua-tronco",[10] porquanto tais fenômenos são encontrados em outras línguas neolatinas.
ensurdecimento e queda do r final: ocorre também em francês, provençal, andaluz, etc;
ieísmo (e. g. *muier por mulher ou *trabaio por trabalho): no francês, em espanhol, no galego, em Portugal, em dialetos crioulos portugueses;
redução de nd a n nos gerúndios (e. g. *andano em vez de andando): efetuou-se no catalão antigo, aragonês, italiano centro-meridional;
alguns casos de epêntese (e. g., *fulô por flor ou *quelaro por claro): aparece na evolução do latim nas diversas línguas românicas;
terminação verbal átona desnasalizada (e. g. *amaro por amaram): ocorre o mesmo em alguns falares do Norte de Portugal, como o do Baixo Minho;
queda ou vocalização do l final (e. g. *finaw em vez de final): possível de ouvir também em algumas zonas do Alto Minho, no Norte de Portugal, e da Madeira, em Portugal Insular.
Nota: o asterisco (*) marca as palavras ortograficamente incorretas
[editar] Dialetos do português brasileiro
A fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, maior ainda do que a da portuguesa[carece de fontes?], o que surpreende em se tratando de um país tão grande. A comparação das variedades dialetais do português brasileiro com as do português europeu leva à conclusão de que aquelas representam em conjunto um sincretismo destas, já que quase todos os traços regionais ou do português padrão europeu que não aparecem na língua culta brasileira são encontrados em algum dialeto do Brasil.
Há pouca precisão na divisão dialetal brasileira. Alguns dialetos, como o dialeto caipira, já foram estudados, estabelecidos e reconhecidos por linguistas tais como Amadeu Amaral. Contudo, há poucos estudos a respeito da maioria dos demais dialetos, e atualmente aceita-se a classificação proposta pelo filólogo Antenor Nascentes. Em entrevista ao jornal da UNICAMP,[3] o linguista Ataliba de Castilho diz que o padrão do português paulista espalhou-se pelo Brasil. "Se você olhar mapas que retratem os movimentos das bandeiras, das entradas e dos tropeiros, verá que os paulistas tomaram várias direções, para Minas e Goiás, para o Mato Grosso, para os estados do sul. Tudo isso integrava a Capitania de São Paulo. Na direção do Vale do Paraíba, eles levaram o português paulista até Macaé, no estado do Rio de Janeiro. Era paulista a língua que se falava no Rio de Janeiro. Isso mudou em 1808, quando a população do Rio era de 14 mil habitantes e D. João VI chegou com sua Corte, cerca de 16 mil portugueses. E não eram portugueses quaisquer. Eram portugueses da Corte. Seu prestígio fez com que imediatamente a língua local fosse alterada. E os cariocas começaram a chiar, como os portugueses de então. O português paulista do século XVI precisa ser estudado, porque ele foi levado para quase todo o país, com exceção do Nordeste e do Norte". A primeira célula do português brasileiro surgiu em Minas Gerais com a exploração de pedras preciosas, quando bandeirantes paulistas, escravos, índios e europeus criaram um jeito de pronunciar que se espalhou pelo país através do comércio e outras formas. Os principais dialetos do português brasileiro são:
Caipira - parte do interior do estado de São Paulo e de Goiás, parte do norte do Paraná, parte do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro
Cearense - Ceará
Baiano - região da Bahia
Carioca - Rio de Janeiro (Capital)
Fluminense (ouvir) - Estado do Rio de Janeiro (a cidade do Rio de Janeiro tem um falar próprio)
Gaúcho - Rio Grande do Sul (a cidade de Porto Alegre possui um jeito de falar próprio)
Mineiro - Minas Gerais (a cidade de Belo Horizonte possui um jeito de falar próprio)
Nordestino (ouvir) - Estados do nordeste brasileiro (alguns estados como Ceará, Pernambuco e Piauí possuem diferenças linguísticas entre a capital e o interior).
Nortista - estados da bacia do Amazonas, O estado de Tocantins tem um falar próprio,semelhante ao nordestino.
Paranaense - Paraná., também é falado em algumas cidades de Santa Catarina e São Paulo que fazem divisa com o Paraná.
Paulistano - cidade de São Paulo
Sertanejo - Estados de Goiás,Mato Grosso e algumas regiões do Paraná,apesar de o dialeto ter evoluído por causa da imigração forte em Mato Grosso, apenas Goiás permaneceu com esse dialeto.
Sulista - Estados do Paraná e Santa Catarina (a cidade de Curitiba tem um falar próprio, há ainda um pequeno dialeto no litoral catarinense, próximo ao açoriano), o oeste e serra catarinense sofre influência do gaúcho, o norte catarinense e o vale do itajaí falam um dialeto com influências alemãs e o sul catarinense (mais precisamente em Criciúma) possui um falar bem parecido com o Italiano chegando a ser quase incompreensível[carece de fontes?] em algumas regiões.
"Manezinho da Ilha" - Cidade de Florianópolis (próximo ao açoriano)
"Brasiliense" - Cidade de Brasília a cidade desenvolveu uma maneira própria de falar, graças as várias ondas de migração.
"Paraense" - exclusivo da região metropolitana de Belém assim como o fluminense tem origens portuguesas, o sotaque paraense tem o "chiado forte" quando pronunciado em palavras que tenham letra "s" no começo ou final de frases.
Obs: Algumas cidades do interior do estado de São Paulo tem um modo próprio de falar, exemplificando algumas cidades como Campinas e algumas da RMC, como Americana, Paulínia e Hortolândia, um modo diferente de se falar, diferentemente do Caipira que é bem intenso no município de Piracicaba, e do Paulistano, mais falado na região da cidade de São Paulo.
[editar] Diferenças lexicais
Veja-se também: Lista de diferenças lexicais entre versões da língua portuguesa
Ainda que o léxico brasileiro seja o mesmo que o do PE, existe uma série de peculiaridades que podem gerar confusão e desentendimentos entre os falantes das duas variantes. Há ainda as palavras que, apesar de estarem dicionarizadas em ambos os países (Brasil e Portugal), não são utilizadas por um ou por outro, gerando a mesma estranheza quando ouvidas ou lidas por um falante da outra variante.
[editar] Tupinismos
São os chamados "brasileirismos" que derivam diretamente da língua tupi ou que por ela foram influenciados, como acontece com alguns sufixos que, segundo alguns autores, funcionam mais como adjetivos do que como sufixos, já que não alteram a constituição morfológica e fonética da palavra a que se ligam. São exemplos destes sufixos o -açu (grande), -guaçu (grande) e -mirim (pequeno) nas palavras arapaçu (pássaro de bico grande), babaçu (palmeira grande), mandiguaçu (peixe grande), abatimirim (arroz miúdo) ou mesa-mirim (mesa pequena). Existem, no entanto, verdadeiros sufixos, como -rana (parecido com) e -oara (valor gentílico) nas palavras bibirana (planta da família das anonáceas), brancarana (mulata clara) ou paroara (natural do Pará) e marajoara (natural da Ilha do Marajó, Pará).
Outros exemplos são:
topônimos: Ipanema, Tijuca, Ceará, Taquara, Pará e Curicica;
nomes ou sobrenomes de pessoas: Araci, Jandaia e Iara;
substantivos peculiares da fauna e flora: como cupim, mandioca, jacarandá, abacaxi e araíba;
nomes de utensílios, crenças e fenômenos da natureza: urupema, tipóia, moqueca, mingau, iracema, guri e xará;
enfermidades: catapora.
[editar] Amerindinismos
Existem influências de outras línguas índigenas não tupis que se falavam no país à data da chegada dos portugueses e com as quais houve contato. Os missionários jesuítas denominaram de tapuias os aborígenes não tupi.
[editar] Africanismos
O tráfico de escravos, especialmente da África para os engenhos brasileiros, trouxe consigo, mormente da família banto, toda uma série de termos que em breve veio a determinar a criação de duas línguas africanas gerais: o nagô ou ioruba — especialmente na Bahia — e o quimbundo, mais rico de vocabulário e de expressão no resto do país.[11]
[editar] Neologismos
Há palavras novas (neologismos, que designam novos objetos, invenções, técnicas, etc) que têm uma formação distinta da que se verificou em Portugal. São exemplos ônibus por oposição a autocarro, trem por oposição a comboio, bonde por oposição a eléctrico ou aeromoça por oposição a hospedeira de bordo.
Outras exemplos são gol (pt golo, de goal, inglês, )), esporte (pt desporto, do inglês sport), xampu (pt champô, de shampoo, inglês).
A tabela abaixo ilustra outras diferenças lexicais:
Brasil
Portugal
abridor de garrafas ou saca-rolhas
saca-rolhas
abridor de latas
abre-latas
água-viva ou medusa
alforreca ou medusa
alho-poró
alho-porro
aquarela
aguarela
arquivo (de computador)
ficheiro
aterrissagem
aterragem
banheiro
casa-de-banho ou quarto-de-banho
brócolis
brócolos
caminhão ou camião (linguagem oral)
camião
calcinha
cuecas femininas
carona
boleia
carro conversível
carro descapotável
carteira de identidade ou Registro Geral/RG
bilhete de identidade/BI
carteira/carta de motorista
carta de condução
chaveiro
porta-chaves ou chaveiro
concreto
betão
diretor (de cinema)
realizador
esparadrapo, bandeide (band-aid)
penso, penso-rápido
estúpido
parvo
fila de pessoas
fila ou bicha
fones de ouvido
auscultadores, auriculares, fones
grampeador
agrafador
legal
fixe
maiô
fato-de-banho
mamadeira
biberão
metrô
metro, metropolitano
nadadeiras, pé-de-pato
barbatanas
ônibus
autocarro
perua, van
carrinha
salva-vidas ou guarda-vidas
salva-vidas ou nadador-salvador
secretária eletrônica
atendedor de chamadas
sunga ou calção de banho
calções de banho, calção de banho
(telefone) celular
telemóvel
terno
fato
trem
comboio
torcida
claque
bola
esférico
gol
golo
tiro de meta
pontapé de baliza
escanteio
pontapé de canto
isopor
esferovite
pebolim (ou totó)
matraquilhos
água sanitária
lixívia
descarga
autoclismo
privada sanitária, vaso sanitário ou privada
retrete ou sanita
[editar] Ortografia
Ver artigo principal: Ortografia da língua portuguesa
Desde 1945, existem duas normas ortográficas para o português: uma em vigor no Brasil e outra nos restantes países lusófonos. A maior parte das diferenças diz respeito às consoantes "mudas", que foram eliminadas da escrita no Brasil. Por exemplo, as palavras ação e atual, que em Portugal são grafadas acção e actual, mas ditas como no PB.
Português europeu
Português brasileiro
acção
ação
baptismo
batismo
contacto
contato
direcção
direção
eléctrico
elétrico
óptimo
ótimo
Com a implementação do Acordo Ortográfico de 1990, já aprovado pela Assembleia da República portuguesa e assinado pelo Presidente da República, a maioria das consoantes mudas serão também eliminadas da ortografia oficial do português europeu, restando apenas um número pequeno de palavras que admitirão ortografia dupla, geralmente quando a consoante é muda no português europeu, mas pronunciada no português brasileiro (por exemplo, em recepção), ou vice-versa (por exemplo, em facto).
[editar] O trema
Até a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990, o trema era usado no português brasileiro para assinalar que a letra u nas combinações que, qui, gue e gui, normalmente muda, deve ser pronunciada. Exemplos: sangüíneo (pronuncia-se /sãˈgwinju/) e conseqüência (pronuncia-se /kõseˈkwẽsja/).
Com a entrada em vigor no novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa a partir de 1º de janeiro de 2009 o trema deixou de ser usado, a não ser em nomes próprios e derivados. Palavras como lingüiça, seqüestro, tranqüilo deixam de ter trema. No entanto, o acento continua a ser usado em palavras estrangeiras e seus derivados: Müller e Bündchen são exemplos.
Até 2012 vigora no Brasil um período de adaptação, durante o qual tanto a antiga ortografia da Formulário Ortográfico de 1943, como a nova do Acordo Ortográfico de 1990 são oficialmente aceitas como válidas.
A ortografia do português europeu já não utilizava o trema, reservando-o para palavras derivadas de nomes estrangeiros, como mülleriano (do antropônimo Müller).
Acordo Ortográfico de 1990
Formulário Ortográfico de 1943
linguiça
lingüiça
sequência
seqüência
frequência
freqüência
quinquênio
qüinqüênio
pinguim
pingüim
bilíngue
bilíngüe
trilíngue
trilíngüe
quinquelíngue
qüinqüelíngüe
sequestro
seqüestro
[editar] Acentuação Gráfica
Devido à diferença de pronúncia entre o português falado no Brasil e o falado em Portugal, as proparoxítonas que no Brasil recebem acento circunflexo, por terem a vogal tônica fechada, em Portugal recebem acento agudo, por terem a vogal tônica aberta. Observe:
Português europeu
Português brasileiro
cómodo
cômodo
fenómeno
fenômeno
tónico
tônico
génio
gênio
Note-se que existem exceções a esta regra, com palavras a proparoxítonas a receberem acento circunflexo em ambas as normas: fêmea, estômago, etc. (Em algumas variantes de português europeu, particularmente no Norte de Portugal, a pronúncia de fato é fémea e estómago, apesar da grafia.)
Na Língua Portuguesa, todas as palavras possuem uma sílaba tônica: a que recebe a maior inflexão de voz. Nem todas, porém, são marcadas pelo acento gráfico. As sílabas são subdivididas em tônicas, subtônicas e átonas.
[editar] Acento Fonético
De acordo com as teorias tradicionais, o acento no português é abordado nos seguintes aspectos.
[editar] Sílaba tônica
A sílaba tônica é a mais forte da palavra. Só existe uma sílaba tônica em cada palavra.
O guaraná - A sílaba tônica é a última (ná). A palavra é, portanto, oxítona. O táxi - A sílaba tônica é a penúltima (tá). A palavra é, portanto, paroxítona. A própolis - A sílaba tônica é a antepenultima (pró). A palavra é, portanto, proparoxítona.
A sílaba tônica sempre se encontra em uma destas três sílabas: na última (a palavra é oxítona), na penúltima (paroxítona) ou na antepenúltima (proparoxítona).
[editar] Sílaba subtônica
A sílaba subtônica só existe em palavras derivadas, que são as que provêm de outra palavra. Coincide com a tônica da palavra primitiva, ou seja, a silaba tônica da palavra primitiva se transforma em subtônica da derivada.
Guaranazinho - A sílaba tônica é zi, e a subtônica, na, pois era a tônica da primitiva (guaraná). Taxímetro - A sílaba tônica é xí, é a subtônica, ta, pois era a tônica da primitiva (táxi). Propolina - A sílaba tônica é li, e a subtônica, pro, pois era a tônica da primitiva (própolis).
[editar] Sílabas átonas
Todas as outras sílabas são denominadas de átonas.
[editar] Teoria Moderna do Acento
Já as teorias modernas têm uma visão mais abrangente no que tange à questão do acento. De acordo com a Teoria do Acento, as palavras são divididas em pés, nos quais há um elemento preponderante, que recebe o nome de cabeça. Por exemplo, a palavra parafuso se divide em dois pés: (pa.ra)(fu.so). Cada pé pessui seu cabeça, no caso, o cabeça do primeiro pé é PA e o do segundo, FU. Entretanto, o cabeça do segundo pé possui maior intensidade que o do primeiro, sendo o pico de intensidade da palavra. Assim, em vez da idéia de sílabas tônicas e subtônicas, temos a noção de acento primário (fu) e acento secundário (pa).
Um outro aspecto considerado são os tipos de pés, como seguem:
Troqueu silábico - É um pé de duas sílabas, com o cabeça à esquerda. É o caso da língua portuguesa e bem representado em (pa.ra)(fu.so). O troqueu silábico é sensível à intensidade.
Troqueu moraico - É um pé de duas moras, com o cabeça à esquerda. A mora é uma unidade de duração da sílaba. Por exemplo, uma sílaba curta como pé possui uma mora, enquanto uma sílaba longa como "feet" (pés, em inglês) possui duas moras. Feet é um exemplo de troqueu moraico. O troqueu moraico é sensível ao peso (sílabas com mais de uma mora são chamadas sílabas pesadas e aquelas que têm apenas uma mora, sílabas leves).
Iambo - Todo iambo é sensível ao peso. É composto ou por duas sílabas leves ou uma sílaba leve e uma pesada. A proeminência, diferente do troqueu, recai sobre o elemento da direita. Exemplo de língua iâmbica é o francês, como, por exemplo, na palavra analogie, que pode ser dividida nos pés (a.na)(lo.gie), sendo os elementos proeminentes NA e GIE, este último o mais proeminente da palavra.
Esta teoria contraria a teoria tradicional em alguns aspectos. Um deles está citado anteriormente sobre a sílaba subtônica. Retomando o exemplo de guaraná - guaranazinho, que, na teoria tradicional tem "na" como sílaba subtônica e "zi" como tônica. Já a teoria do acento afirma que não pode haver choque de acentos. Ou seja, o acento secundário nunca é vizinho do acento primário. Isto foi constatado também em estudos da fonética acústica. Se separarmos os pés troqueus, como é o caso do português, teremos dois pés bem formados e um pé degenerado (pé que não segue a formação esperada): (gua)(ra.na)(zi.nho). Pela estrutura acentual do português, a sílaba proeminente em (ra.na) será RA e em (zi.nho), ZI. Assim, temos, como acento secundário da palavra guaranazinho, a sílaba RA e, como acento primário, a sílaba ZI.
[editar] Aspectos gramaticais

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[editar] Você e tu
Em algumas regiões do Brasil, o pronome de tratamento você ganhou estatuto de pronome pessoal, e nessas áreas houve uma quase extinção do uso do tu e do vós. O você em Portugal é uma forma de tratamento semi-formal, já no Brasil é a forma mais comum de se dirigir a qualquer pessoa, excetuando-se pessoas mais velhas ou, em situações formais, superiores hierárquicos ou autoridades (neste caso é empregada a forma de tratamento o senhor ou a senhora). Os pronomes você e vocês requerem formas verbais de terceira pessoa, o que reduz o número de flexões do verbo em relação aos pronomes. Quanto menor é o número de flexões que o verbo faz em relação aos pronomes, mais necessário se faz o preenchimento do sujeito pronominal. Isso torna o português brasileiro mais parecido com as línguas de pronome pessoal obrigatório como o francês, o alemão e o inglês.
Apesar do pouco uso do pronome reto tu no português falado na maior parte do Brasil, o seu correspondente pronome oblíquo te ainda é amplamente utilizado no português brasileiro, frequentemente em combinação com formas pronominais e verbais de terceira pessoa. Apesar de comum mesmo entre falantes escolarizados, o uso de te com você é condenado pelas gramáticas normativas usadas nas escolas brasileiras e é evitado na linguagem formal escrita.
O pronome possessivo teu também é ocasionalmente usado no português brasileiro para referir-se à segunda pessoa, embora seja menos comum do que o oblíquo te.
A combinação você/te/teu no português brasileiro falado assemelha-se em natureza à combinação vocês/vos/vosso encontrada frequentemente no português europeu coloquial.
O tu é amplamente utilizado nas regiões Norte , Nordeste (excluindo a Bahia), Sul e no Rio de Janeiro, mas conjugado frequentemente na 3ª pessoa do singular: Tu fala, tu foi, tu é. Em algumas regiões do Sul (sul, sudoeste e oeste do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e do Norte (Pará), o uso do tu na forma culta (conjugado na 2ª pessoa do singular) é até bem mais usado que o você.
Em alguns lugares da região Sul, Norte e em praticamente todo o Nordeste (excluindo a Bahia), o tratamento por tu é mais comum, usando-se os pronomes pessoais oblíquos de forma mais consistente (p.ex. para ti, com o mesmo significado que teria para você).
Em parte da Região Sul e do Nordeste, muitas vezes conjuga-se o pronome pessoal tu com o que aparentemente seria a mesma forma utilizada na 3ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo para referir-se ao pretérito perfeito do indicativo. Ex: Tu fizesse isso? Tu comesse no bar ontem? Na verdade, isto é a contração da forma da segunda pessoa do pretérito perfeito do indicativo: Fizeste → Fizes'e , Comeste → Comes'e, onde o "t" desaparece mas não se altera o som precedente de /s/.
Uso dos pronomes pessoais e formas de tratamento
1.ª pess. sin.
Eu
falo

2.ª pess. sin.
Tu
falas
Brasil: Em algumas regiões do Brasil é pouco usado
Portugal e algumas regiões brasileiras: informal
3.ª pess. sin.
Ele/Ela
Você
O senhor/A senhora
A gente
fala
Você no Brasil: informal e às vezes, semi-formal (por exemplo no trato com um desconhecido)
Você em Portugal e algumas regiões brasileiras: semi-formal
O senhor/A senhora: sempre formal
A gente: sempre informal
1.ª pess. pl.
Nós
falamos

2.ª pess. pl.
Vós
falais
Brasil: usa-se raramente (formalidades, serviço religioso e arcaísmo histórico). Não se usa, quase sempre, na linguagem coloquial e falada
Portugal: usa-se (pouco) nos dialectos setentrionais e galegos (também se usa muito formalmente, como no Brasil)
3.ª pess. pl.
Eles/Elas
Vocês
Os senhores/As senhoras
falam
Vocês: sempre informal
Os senhores/As senhoras: sempre formal
[editar] Uso de reflexivos e da voz passiva sintética
Há no Sudeste e no Sul do Brasil uma tendência de se omitir o uso dos pronomes reflexivos em alguns verbos, exemplo: eu lembro ao invés de eu me lembro, ou eu deito ao invés de eu me deito. Em particular, verbos que indicam movimento como levantar-se, sentar-se, mudar-se, ou deitar-se são normalmente tratados como não-reflexivos na fala coloquial daquelas regiões. O uso da voz passiva analítica é também muito mais comum em PB do que em outras variantes, onde a voz passiva sintética com a partícula apassivadora -se é preferida. Como exemplo, é muito mais comum dizer-se no Brasil a partida foi disputada do que a partida disputou-se ou a partida se disputou.
[editar] Pronomes oblíquos
O PB é uma variante com forte tendência proclítica, ainda que as gramáticas normativas não legitimem o uso dessa colocação pronominal em vários contextos. Há, contudo, um início de revisão dessa questão por parte da Academia Brasileira de Letras. No Português brasileiro, usa-se geralmente o pronome oblíquo antes do verbo (próclise), a não ser nos casos em que o verbo inicie a frase. O PE, por sua vez, apresenta-se como uma variante mais enclítica, sendo uma exceção habitual as frases na negativa. Já a mesóclise, possível nos tempos simples do futuro no PE, é pouco utilizada no PB, com exceção de contextos litúrgicos onde o padrão bíblico, que privilegia essa colocação pronominal, é adotado.
Exemplos
PB
PE
Eu o convido
Convido-o
Ele me viu
Ele viu-me
Eu te amo
Amo-te
Ele se encontra
Ele encontra-se
Me parece
Parece-me
Vou o encontrar
Vou encontrá-lo
No PB falado, os pronomes oblíquos 'o', 'a', 'os' e 'as' praticamente não são usados, sendo quase sempre substituídos pelos pronomes pessoais do caso reto ('ele', 'ela'…). O uso dos pronomes oblíquos é, entretanto, mais comum, principalmente na fala culta, quando eles se seguem a um infinitivo e são transformados respectivamente em 'lo', 'la, 'los, 'las'. O uso dos oblíquos de terceira pessoa é também obrigatório, em qualquer caso, na linguagem formal escrita.
[editar] O gerúndio
Em muitos aspectos o português brasileiro é mais conservador que o europeu. Um exemplo disso é o emprego do gerúndio. Recentemente, nas variantes dialetais de Portugal a norte do rio Tejo, o gerúndio perifrástico combinado com verbos como estar e andar, (que dá idéia de ação durativa ou de movimento reiterado) tem vindo a ser substituído pelo infinitivo do verbo antecedido pela preposição a (e. g. estou a fazer em vez de estou fazendo). No Brasil este fenómeno também existe, mas é mais raro e aplica-se a um número muito mais reduzido de contextos gramaticais.
Português brasileiro
Português europeu (a norte do Tejo)
Observações
Eu estou cantando
Eu estou a cantar
Este tipo de estrutura é tão usada que pode dar a ideia de que em Portugal não se usa gerúndio
A vida vai moldando a pessoa…
A vida vai moldando a pessoa…
Neste caso (verbo ir, expressando mudança gradual), é sempre usado o gerúndio em qualquer região
O governo continua defendendo…
O governo continua a defender…
Há casos (como nos verbos continuar e acabar) em que no Brasil também se pode não usar o gerúndio
[editar] Semântica
Muitas palavras, sem perderem o seu significado tradicional, enriqueceram-se com uma ou mais acepções novas no Brasil. Por exemplo, virar também significa transformar-se em e prosa é também utilizado com o sentido de loquaz, conversador ou gabarola.
[editar] Ver também

O Wikcionário possui o verbete Lista de palavras diferentes
Língua portuguesa
Acordo Ortográfico de 1990
CELPE-Bras
Português angolano
Português europeu
Português moçambicano
Academia Brasileira de Letras
Lista de diferenças lexicais entre versões da língua portuguesa
Notas e referências citadas
http://www.ibge.gov.br/home/disseminacao/online/popclock/popclock.php
Tal como, por exemplo, português e o francês. Sendo ambas línguas românicas ou neolatinas, os falantes de uma e outra língua não se entendem, apesar das muitas semelhanças linguísticas existentes entre ambas.
a b Jornal da UNICAMP, Edição 328, de junho de 2006.
Paul Teyssier, "História da Língua Portuguesa", Lisboa: Livraria Sá da Costa, p. 80.
Florentino, Manolo, and Machado, Cacilda. Ensaio sobre a imigração portuguesa e os padrões de miscigenação no Brasil (séculos XIX e XX) - 2002 - Portugueses (PDF file)
Paul Teyssier, "História da Língua Portuguesa", Lisboa: Livraria Sá da Costa, p. 81.
Paul Teyssier, "História da Língua Portuguesa", Lisboa: Livraria Sá da Costa, pp. 80-81.
Paul Teyssier, "História da Língua Portuguesa", Lisboa: Livraria Sá da Costa, pp. 81-83.
Paul Teyssier, "História da Língua Portuguesa", Lisboa: Livraria Sá da Costa, pp. 84-85.
MELO, Gladstone Chaves de. "A língua do Brasil". 4. Ed. Melhorada e aum., Rio de Janeiro: Padrão, 1981
As duas grandes vertentes da história sociolinguística do Brasil (1500-2000) Dante Lucchesi
12-http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/brit_amer1.php 13 http://pt.fifa.com/?language=pt
[editar] Bibliografia
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BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico. São Paulo: Edições Loyola, 1999.
CIPRO NETO, Pasquale. O dia-a-dia da nossa língua. Publifolha. São Paulo: 2002.
CONRAD, Robert. (1978[1972]). Os últimos anos da escravatura no Brasil: 1850-1880. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
COUTO, Jorge. (1997). A construção do Brasil: ameríndios, portugueses e africanos do início do povoamento a finais de quinhentos. 2ª. ed. Lisboa: Cosmos.
CUNHA, Celso, CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
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HOUAISS, Antônio. (1985). O português no Brasil. Rio de Janeiro: UNIBRADE/UNESCO.
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MATTOS e SILVA, Rosa Virgínia. O português são dois – novas fronteiras, velhos problemas. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
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PERINI, Mário A. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
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SILVA NETO, Serafim da Silva. (1986[1950)]. Introdução ao estudo da língua portuguesa no Brasil. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Presença.
SILVA NETO, Serafim da Silva. (1960). A língua portuguesa no Brasil. Problemas. Rio de Janeiro: Acadêmica.
SUE, Tyson-Ward. Teach Yourself Brazilian Portuguese: Complete Course. Paperback
STÖRIG, Hans Joachim. A aventura das línguas – uma história dos idiomas do mundo. São Paulo: Melhoramentos, 2003.
TEYSSIER, Paul. História da Língua Portuguesa. São Paulo: Martins Fontes, 1977.
TEYSSIER, Paul. História da língua portuguesa. Lisboa: Sá da Costa. 1980
THOMAS, Earl W. Grammar of Spoken Brazilian Portuguese. Paperback
WALTER, Henriette. A aventura das línguas no ocidente. São Paulo: Mandarim, 1997.
Estatutos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa



A Política de Aristóteles



Enquanto seu mestre Platão inclinou-se preferencialmente por fazer desenhos de construções sociais imaginárias, utópicas, por projeções sobre qual o melhor futuro da humanidade, Aristóteles, seu discípulo mais famoso, procurou tratar das coisas reais, dos sistema políticos existentes na sua época. Atentou por classificá-los, definindo suas características mais proeminentes, separando-os em puros ou pervertidos. Desta forma, enquanto Platão inspirou revolucionários e doutrinários da sociedade perfeita, Aristóteles foi o mentor dos grandes juristas e dos pensadores políticos mais inclinados à ciência e ao realismo.


Aristóteles e Atenas
Aristóteles chegou a Atenas com 18 anos para estudar na Academia platônica. Era natural da pequena cidade de Estagira, no norte da Grécia, onde nasceu em 384 a.C., filho de um médico da corte macedônica. Mais tarde, o rei Felipe II, provavelmente por indicação do seu doutor, solicitou-lhe que assumisse a função de preceptor do jovem príncipe, o seu filho Alexandre. Aquele que se tornaria o conquistador do Império persa e um dos maiores generais da história. Regressando a Atenas, após ter cumprido a tarefa, decepcionou-se por Platão, seu mentor intelectual, não tê-lo indicado como seu sucessor na Academia. Em vista disso, resolveu fundar uma escola anexa ao templo de Apolo Liceo, conhecida como escola peripatética ou Liceo. Com a repentina morte de Alexandre o Grande nas terras do Oriente em 323 a.C., Aristóteles viu-se ameaçado por uma agitação antimacedônica, visto que os atenienses o tinham não só como um estrangeiro, um meteco, mas também como um provável agente dos interesses do conquistador. Ameaçado, o filósofo refugiou-se em Cálcis, evitando, como ele disse, que Atenas atentasse novamente contra a filosofia, tal como ocorrera antes dele com Anaxágoras, com Diágoras e Protágoras, e também com Sócrates. Lá, no exílio, ele faleceu em 322 a.C., com pouco mais de sessenta anos.

A política
Cérebro prodigioso e de saber enciclopédico, Aristóteles compôs dois grandes trabalhos sobre a ciência política: "Política" (Politéia) que provavelmente eram lições dadas no Liceo e registradas por seus alunos, e a "Constituição de Atenas", obra que só se tornou mais conhecida, ainda que em fragmentos, no final do século XIX, mais precisamente em 1880-1, quando foi encontrada no Egito; registra as várias formas e alterações constitucionais que ela passou por obra dos seus grandes legisladores, tais como Drácon, Sólon, Pisístrato, Clístenes e Péricles e que também pode ser lida como uma história política da cidade.
A estrutura da obra



A "Política" (Politéia) divide-se em oito livros, que tratam: da composição da cidade, da escravidão, da família, das riquezas, bem como de uma crítica às teorias de Platão. Analisa também as constituições de outras cidades, num notável exercício comparativo, descrevendo-lhes os regimes políticos. Aristóteles, por sua vez, não foge da tentação de também idealizar qual o modo de vida mais desejável para as cidades e os indivíduos, mas dedica a isso bem menos tempo do que seu mestre. Finaliza a obra com os objetivos da educação e a importância das matérias a serem ensinadas.





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A Política de Aristóteles



Enquanto seu mestre Platão inclinou-se preferencialmente por fazer desenhos de construções sociais imaginárias, utópicas, por projeções sobre qual o melhor futuro da humanidade, Aristóteles, seu discípulo mais famoso, procurou tratar das coisas reais, dos sistema políticos existentes na sua época. Atentou por classificá-los, definindo suas características mais proeminentes, separando-os em puros ou pervertidos. Desta forma, enquanto Platão inspirou revolucionários e doutrinários da sociedade perfeita, Aristóteles foi o mentor dos grandes juristas e dos pensadores políticos mais inclinados à ciência e ao realismo.


Aristóteles e Atenas
Aristóteles chegou a Atenas com 18 anos para estudar na Academia platônica. Era natural da pequena cidade de Estagira, no norte da Grécia, onde nasceu em 384 a.C., filho de um médico da corte macedônica. Mais tarde, o rei Felipe II, provavelmente por indicação do seu doutor, solicitou-lhe que assumisse a função de preceptor do jovem príncipe, o seu filho Alexandre. Aquele que se tornaria o conquistador do Império persa e um dos maiores generais da história. Regressando a Atenas, após ter cumprido a tarefa, decepcionou-se por Platão, seu mentor intelectual, não tê-lo indicado como seu sucessor na Academia. Em vista disso, resolveu fundar uma escola anexa ao templo de Apolo Liceo, conhecida como escola peripatética ou Liceo. Com a repentina morte de Alexandre o Grande nas terras do Oriente em 323 a.C., Aristóteles viu-se ameaçado por uma agitação antimacedônica, visto que os atenienses o tinham não só como um estrangeiro, um meteco, mas também como um provável agente dos interesses do conquistador. Ameaçado, o filósofo refugiou-se em Cálcis, evitando, como ele disse, que Atenas atentasse novamente contra a filosofia, tal como ocorrera antes dele com Anaxágoras, com Diágoras e Protágoras, e também com Sócrates. Lá, no exílio, ele faleceu em 322 a.C., com pouco mais de sessenta anos.

A política
Cérebro prodigioso e de saber enciclopédico, Aristóteles compôs dois grandes trabalhos sobre a ciência política: "Política" (Politéia) que provavelmente eram lições dadas no Liceo e registradas por seus alunos, e a "Constituição de Atenas", obra que só se tornou mais conhecida, ainda que em fragmentos, no final do século XIX, mais precisamente em 1880-1, quando foi encontrada no Egito; registra as várias formas e alterações constitucionais que ela passou por obra dos seus grandes legisladores, tais como Drácon, Sólon, Pisístrato, Clístenes e Péricles e que também pode ser lida como uma história política da cidade.
A estrutura da obra



A "Política" (Politéia) divide-se em oito livros, que tratam: da composição da cidade, da escravidão, da família, das riquezas, bem como de uma crítica às teorias de Platão. Analisa também as constituições de outras cidades, num notável exercício comparativo, descrevendo-lhes os regimes políticos. Aristóteles, por sua vez, não foge da tentação de também idealizar qual o modo de vida mais desejável para as cidades e os indivíduos, mas dedica a isso bem menos tempo do que seu mestre. Finaliza a obra com os objetivos da educação e a importância das matérias a serem ensinadas.





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A célula vegetal é semelhante a célula animal mas contém algumas peculiaridades como a parede celular e os cloroplastos. Está dividida em: componentes protoplasmáticos que são um composto de organelas celulares e outras estruturas que sejam ativas no metabolismo celular. Inclui o núcleo, retículo endoplasmático, citoplasma, ribossomos, complexo de Golgi, mitocôndrias, lisossomos e plastos e componentes não protoplasmáticos são os resíduos do metabolismo celular ou substâncias de armazenamento. Inclui vacúolos, parede celular e substâncias ergástricas.


Esquema da estrutura de uma célula vegetal.
Índice
[esconder]
1 Vacúolo
2 Substâncias ergástricas
3 Plasto
4 Tecidos vegetais
4.1 Tecidos meristemáticos
4.2 Tecidos parenquimáticos
4.3 Tecido de revestimento (epiderme e periderme)
4.3.1 Epiderme
4.3.2 Periderme
4.4 Tecidos de sustentação (colênquima e esclerênquima)
4.4.1 Colênquima
4.4.2 Esclerênquima
4.5 Tecidos de condução
4.5.1 Xilema
4.5.2 Floema
5 Ver também
6 Ligações externas
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[editar] Vacúolo
É uma cavidade delimitada por uma membrana (tonoplasto) e contém o suco celular que é composto de substâncias ergástricas e algumas em células podem conter pigmentos como as flavonas e antocianinas. Células jovens geralmente têm vários vacúolos pequenos que ao longo de seu desenvolvimento se fundem em um mega vacúolo. Eles atuam na regulação osmótica expulsando água da célula vegetal.
[editar] Substâncias ergástricas
São substâncias de reserva ou resíduos - produtos do metabolismo celular.
Amido: são partículas sólidas com formas variadas, pode ser encontrado no cloroplasto ou no leucoplasto. Formam grãos com muitas camadas centradas em um ponto chamado hilo.
Proteína: as proteínas ergástricas são material de reserva e se apresentam no endosperma de muitas sementes em forma de grãos de aleurona.
Lipídios: pode ocorrer em forma de óleo ou gordura se for para armazenamento ou em forma de terpenos que são produtos finais como óleos essenciais e resinas.
Taninos: um grupo de compostos fenólicos que podem ficar em vários órgãos vegetais (se acumulam no vacúolos) e podem impregnar a parede celular
[editar] Plasto
É originado do protoplastídeo e tem configurações diferentes, com várias finalidades:
Cloroplastos são plastos de clorofila, responsáveis pela fotossíntese. Só são encontrados em células expostas à luz. São formados por uma membrana externa e uma interna que sofre invaginações formando sacos empilhados, os tilacóides. Alguns se dispõem uns sobre os outros formando uma pilha chamada granum (plural = grana). A matriz interna é chamada de estroma e pode conter grânulos de amido espalhados por ele. São derivados dos cromoplastos. Cloroplastos possuem seu próprio DNA e ribossomos, são relativamente independentes do resto da célula (principalmente do núcleo).
Cromoplastos são plastos coloridos (contêm pigmentos) de estrutura irregular que dão origem aos cloroplastos. Seus principais pigmentos são os carotenóides (coloração da cenoura) e xantofilas que dão coloração para flores e frutos.
Leucoplastos são incolores e servem para acumular substâncias diversas como proteínas, amidos e lipídios. Dependendo da substância que acumulam, recebem nomes diferentes: oleoplastos, proteoplastos, amiloplastos...
[editar] Tecidos vegetais
Os tecidos vegetais todos têm origem em tecido embrionário, o meristemático. Existem dois tipos:
Primários: são originados diretamente das células do embrião.
Secundários: são originados de células já diferenciadas que retornam ao estágio embrionário. Isso ocorre porque as células vegetais são capazes de se desdiferenciar, ao contrário das células animais em que há diferenciação definitiva de todos os tecidos no embrião. Eles também são chamados de tecidos jovens, os tecidos originados dos meristemas são chamados de tecidos adultos.
[editar] Tecidos meristemáticos
É basicamente o tecido embrionário na planta adulta que pode se dividir em novas células (atividade mitótica) e produzir outros tecidos. As células meristemáticas são geralmente de parede fina, com muito citoplasma e vacúolo pequeno. Existem diversos tipos de meristemas na planta, com diferentes origens (primário e secundário) e posições. Os tecidos originados do meristema também são classificados em primários e secundários, por se originarem de meristemas primários e secundários.
Tecidos primários: Protoderme (revestimento primário), procâmbio (vasculares primários), meristema fundamental (sustentação e preenchimento)
Tecidos secundários: câmbio (vascular secundário), felogênio (revestimento secundário)
Tipos de tecido meristemático
Meristemas apicais: geralmente é um primário, fica nas extremidades de caules, raízes e ramificações e é responsável pelo crescimento primário. Origina a protoderme [origina a epiderme], o procâmbio [tecidos vasculares] e o meristema fundamental (tecidos de preenchimento e sustentação).
Meristemas laterais: estão presentes em plantas com crescimento em espessura (secundário). Forma novos tecido de condução e de revestimento (câmbio e felogênio).
Meristema intercalar: é uma parte do meristema apical que se separou do ápice durante o desenvolvimento da planta. É bastante evidente nos entre nós de monocotiledônea.
Os meristemas apicais têm uma estrutura própria, com diferentes graus de diferenciação: Estrutura dos meristemas apicais
Protomeristema: é formado pelas células iniciais do ápice.
Protoderme: dá origem a epiderme
Procâmbio: origina xilema e floema
Fundamental: origina o parênquima, colênquima e esclerênquima.
[editar] Tecidos parenquimáticos
O parênquima é o tecido de preenchimento adulto, origina-se do meristema fundamental e concentra a maioria das funções vegetais. É formado de células poliédricas, vivas, com grandes vacúolos e pouca diferenciação (pode retomar a atividade meristemática facilmente). Forma um tecido contínuo que pode ser encontrado em toda a planta, geralmente há muito espaço intercelular e o citoplasma das células se comunica.
Tipos de parênquima
Aerífero ou Aerênquima: tem espaços intercelulares muito desenvolvidos que acumulam ar e é encontrado muito comumente em plantas aquáticas. Suas células têm formas variadas, como braciformes, retangulares e etc.
Clorofiliano ou clorênquima: é rico em cloroplastos e é responsável pela fotossíntese. É encontrado principalmente no mesófilo foliar, em caules jovens e raízes aéreas. Suas células podem ter um vacúolo grande que empurra os cloroplastos para perto da parede optimizando a absorção de gases.
Aquífero: é especializado e estocagem de água, comum em plantas de ambiente seco. Suas células podem conter mucilagem (polissacarídeo hidrófilo).
Parênquima de reserva: acumula substâncias de reserva, rico em leucoplastos.
Parênquima de preenchimento: são células isodiamétricas com pequeno espaço intercelular. É encontrado principalmente no córtex do caule e da raiz.
[editar] Tecido de revestimento (epiderme e periderme)
[editar] Epiderme
A epiderme é o tecido de revestimento primário originado da protoderme, geralmente de camada única (unisseriado) e não possui espaços intercelulares. Em órgãos aéreos, é revestida pela cutícula, que reduz o ressecameto. Pode ser substituída por um tecido secundário a periderme. Pode apresentar uma grande variedade de estruturas como papilas, escamas, estômatos, acúleos, espinhos e tricomas (pêlos). Acúleos são expansões pluricelulares pontiagudas da epiderme com função de defesa, são fáceis de remover e são diferentes dos espinhos que são folhas modificadas. Espinhos são modificações do caule ou da folha. Papilas são células onduladas presentes em flores (pétalas principalmente) que lhe dão um aspecto aveludado, podem produzir perfumes e néctar. Às vezes são consideradas um tipo de tricoma. Tricomas são apêndices da epiderme originados de células chamadas tricoblastos e podem ser uni ou pluricelulares e de estrutura variada. Evitam o aquecimento excessivo, evitam ou facilitam perda de água, digerem presas, protegem contra predadores e ajudam na dispersão de sementes (algodão).
Tipos de tricoma
Não glandulares: Tem como função fazer a capacitação de luz, para a sobrevivencia da luz.
Glandulares: secretam óleos, essências, enzimas, substâncias urticantes e acumulam nutrientes (suco de laranja).
Secretor de sal: livra-se do excesso de sal do organismo (exemplo: avicenia).
Pêlos radiculares: tricomas da raiz que aumentam sua superfície de absorção.
Coléteres: tricomas especiais que secretam mucilagem no ápice de alguns caules.
Hidatódios: secretam soluções aquosas de ácidos orgânicos.
Estômatos são estruturas de troca gasosa compostas de duas células-guarda em forma de rim que regulam a abertura de um orifício, o ostíolo. Normalmente, abaixo dos estômatos há uma cavidade, câmara subestomática. Geralmente são cercados de células com a mesma origem das células-guarda, células subsidiárias, que são usadas para classificá-los. As células-guarda possuem cloroplastos e tem uma parede celular mais espessada na parte do ostíolo e se abrem quando as células-guarda ficam túrgidas. São encontrados em quase todos os órgãos aéreos das plantas. As folhas também são classificadas de acordo com a posição ocupada pelos estômatos.
Anfistomatica:estomatos em ambas as faces.
Hipostomatica: somente na face inferior (abaxial).
Epistomatica: somente na face superior (adaxial).
Tipos de estômatos
Anomócito ou ranunculeáceos: não possui célula subsidiária, é cercado de vários tipos de células epidérmicas.
Anisocítico ou crucífero: três subsidiárias, uma é maior que as outras.
Paracíticos ou rubiáceos: duas células subsidiárias paralelas.
Diocíticos: Presença de células anexas perpendiculares.
Ciclocíticos: células formando um círculo ao redor das celulas guarda.
Tetracítico: com quatro células, duas laterais e duas polares. Comum em monocotiledôneas.
[editar] Periderme
A periderme è um tecido de revestimento secundário que substitui a epiderme em plantas com crescimento secundário muito acentuado ou em regiões danificadas. É suberificado (contém muito súber) e geralmente é composto de três camadas: felogênio, feloderme e felema. O súber é um bom isolante acústico, térmico e impermeável à água.
Partes da periderme
Felogênio:é um meristema lateral, secundário que se origina da epiderme ou de células parenquimáticas do córtex e floema. As células têm um formato retangular e não deixam espaços entre si.
Feloderme:é um tecido parenquimático produzido pelo felogênio, pode faltar em algumas plantas. Fica para dentro da planta.
Felema (súber ou cortiça): é formado de células semelhantes as do felogênio, mas com paredes espessadas e suberificadas e mortas quando maduras. Não há tecidos vivos acima da periderme.
Para manter os estômatos funcionando, o felogênio produz muitas células parenquimáticas alocadas com amplos espaços intercelulares na região estomática o que permite que as trocas gasosas continuem. Essa região é chamada lenticela. Lenticelas Em algumas plantas o primeiro felogênio é substituído por outro mais profundo e assim por diante até que o felogênio seja produzido pelo floema. Conforme o felogênio produz felema, as camadas mais antigas se desprendem, isso é, o ritidoma (a casca de árvore).
[editar] Tecidos de sustentação (colênquima e esclerênquima)
[editar] Colênquima
É formado de células vivas, justapostas (sem espaços) com paredes espessadas desigualmente. Serve como tecido de sustentação em órgãos jovens e em herbáceas maduras, nunca é lignificado, é encontrado nas margens de folhas ou em suas nervuras maiores e no caule, em forma de cilindro ou faixas longitudinais. Geralmente fica logo abaixo da epiderme.
Tipos de colênquima
Angular: as paredes formam ângulos entre si
Laminar ou lamelar: as paredes formam lâminas com as células anteriores e posteriores
Lacunar: surgem espaços entre as células
Anelar
Radial: células paralelas, alongadas e alocadas radialmente.
[editar] Esclerênquima
Pode ter origem primária ou secundária. É um tecido de sustentação, como o colênquima, entretanto, devido à parede secundária muito espessada e lignificada, o protoplasma é morto na maturidade. Confere grande resistência e dureza ao tecido, oferecendo sustentação e elasticidade.
Tipos de esclerênquima
Fibras: são células alongadas, com as extremidades afiladas.
Esclereídes: são células que podem possuir vários formatos, desde células curtas, irregulares, até células com alongadas, retangulares, ou com pontas.
Tipos de fibras
Libriforme: possuem pontoações diminutas, simples ou areoladas.
Septadas: apresentam protoplasto vivo e septos internos; encontradas no xilema e no floema.
Fibrotraqueídes: possuem pontoações areoladas bem evidentes na parede.
Gelatinosas: a parede celular é rica em celulose e pobre em lignina.
Tipos de esclereídes
Célula pétrea: encontrado no floema e na polpa de certos frutos (pêra) , tem forma quase isodiamétrica.
Macrosclereídeo: células longas, encontrada na testa de muitas sementes.
Osteosclereídeo: células em forma de osso, encontrada na testa de sementes e em folhas.
Astroesclereídeo: ocorre em folhas, tem pontas, assume uma forma de estrela.
Tricosclereídeos: com paredes delgadas e se parecem com tricomas.
[editar] Tecidos de condução
Os tecidos vasculares são responsáveis pelo transporte de nutrientes através da planta. Existem dois tecidos vasculares:
Xilema: transporta água e sais minerais da raiz para todo o corpo da planta.
Floema: transporta os produtos da fotossíntese das folhas para o todo o corpo da planta.
Nas plantas jovens, em estrutura primária, eles se organizam em feixes vasculares, originados a partir do procâmbio, onde geralmente o floema fica voltado para o exterior do órgão, e o xilema, para o interior. Quando a planta aumenta em espessura, o chamado crescimento secundário, este incremento é gerado pela atividade do câmbio vascular, que vai originar o floema e o xilema secundários. Os feixes vasculares podem ser classificados de acordo com a posição do xilema e do floema.
Tipos de feixe
Colateral: xilema de uma lado e floema do outro.
Bicolateral: floema de ambos os lados do xilema.
Concêntrico: quando o xilema circunda totalmente o floema (perixilemático ou anfivasal) ou o floema circunda totalmente o xilema (perifloemático ou anficrival).
O primeiro elemento do xilema primário formado pelo procâmbio é o protoxilema, seguido do metaxilema. No floema primário ocorre o mesmo: o primeiro elemento do floema primário formado pelo procâmbio é o protofloema, seguido do metafloema. Geralmente os elementos do protoxilema e protofloema perdem logo a função, com o crescimento da planta. Se a planta é uma monocotiledônea, o seu sistema vascular permanece em estrutura primária por toda a sua vida, e o metaxilema e o metafloema são os elementos funcionais.
[editar] Xilema
É composto por fibras, parênquima e os elementos traqueais. O xilema secundário possui células de parênquima axial e radial.
Partes do xilema
Fibras: fornecem suporte e podem atuar no armazenamento de substâncias, como é o caso das fibras septadas, que são vivas.
Células parenquimáticas: função de reserva e condução a curta distância.
Elementos traqueais: são as células que fazem a condução do xilema. Possuem paredes lignificadas e espessas, e são células mortas quando maduras. Existem dois tipos de elementos traqueais: traqueídes e elementos de vaso.
Traqueídes: são células alongadas com paredes não perfuradas, e acumulam as funções de sustentação e condução. Se comunicam através de pontoações areoladas, presentes nas suas paredes laterais. São considerados os elementos traqueais mais antigos, encontradas em Gimnospermas e Pteridófitas.
Elementos de vaso: possuem pontoações areoladas nas paredes laterais e perfurações nas paredes terminais, denominada placa de perfuração. Os vários elementos de vaso se conectam através da placa, formando um vaso.
[editar] Floema
É composto por fibras ou esclereídes, parênquima e elementos crivados. O floema secundário possui células de parênquima axial e radial.
Partes do floema
Fibras/esclereídes: fornecem suporte. Os elementos crivados não funcionais geralmente sofrem lignificação e espessamento de suas paredes, se transformando em fibras ou esclereídes.
Células parenquimáticas: função de reserva e condução a curta distância.
Elementos crivados: são as células condutoras do floema, vivas porém anucleadas na maturidade. Dividem-se em células crivadas e elementos de tubo crivado.
Células crivadas: células com áreas crivadas nas paredes laterais; ocorrem em Gimnospermas e Pteridófitas.
Elementos de tubo crivado: possuem áreas crivadas nas parades laterais e áreas especializadas nas paredes terminais, denominadas placas crivadas. Os elementos de tubo crivado se enfileiram formando o tubo crivado; ocorrem na maioria das Angiospermas.
Células companheiras: suprem metabolicamente o elemento de tubo crivado, e são intimamente associadas a estes, tendo a mesma origem: a partir de uma única célula inicial procambial/cambial.
Células albuminosas: suprem metabolicamente as células crivadas, mas estas não têm a mesma origem.
[editar] Ver também
Célula Animal
[editar] Ligações externas
A célula vegetal
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